quinta-feira, 26 de abril de 2018

Miriam Chnaiderman, uma psicanalista que faz cinema


Realização

Andréa Carvalho Mendes de Almeida, Bela M. Sister, Danielle Breyton, Renata Puliti, Silvio Hotimsky e Susan Markuszower

“Uma psicanalista que faz cinema”, assim Miriam Chnai­der­man se auto-define e delimita, embora esteja sempre aberta a novos interesses, aos quais se entrega com encantamento, como pode ser visto nesta entrevista realizada em março de 2008.

O prazer nos estudos de filosofia, psicologia e psicanálise, o gosto pela literatura, música, cinema – as artes em geral – marcam sua trajetória intelectual, na qual se destacam o mestrado em literatura e psicanálise – é mestre em comunicação e semiótica pela puc-sp –, o doutorado em teatro – é doutora em artes pela Escola de Comunicação e Artes da usp –, e o pós-doutorado no Laboratório de Psicopatologia Fundamental da puc.

Em seus escritos, Miriam procura atravessar esses diferentes campos da cultura, enriquecendo o diálogo entre eles. É na relação entre estética e psicanálise que busca as possibilidades de criação nesta práxis e a compreensão de sua própria clínica, num permanente questionamento. Como as intensidades afetivas podem tomar forma? Como nomear algo que não tem forma, que não cabe no discursivo? Aimportância das formas expressivas, não-discursivas, constitui o principal foco de suas reflexões.

Sua vasta produção pode ser estimada em seus livros publicados – O hiato convexo: literatura e psicanálise (Brasiliense, 1989), Ensaios de psicanálise e semiótica (Escuta, 1989) –, e em inúmeros ensaios em coletâneas, revistas especializadas e suplementos de cultura dos jornais paulistanos.

Não bastasse isso, desde 1994, Miriam também se dedica aofazer cinema. Em seus documentários, procura “dar voz ao que, em nosso mundo, é silenciado”. Os nomes de seus documentários sinalizam nessa direção: “Dizem que sou louco” (1994), “Artesãos da morte” (2001), “Sobreviventes” (2008), entre outros. O cuidado que tem com seus “personagens” não se restringe à acolhida que oferece durante a filmagem dos depoimentos. Reconhece neles o desejo de querer saber a que sua imagem serviu, e aborda esse tema como uma questão ética.

No relato de sua trajetória revelam-se momentos significativos da história da psicanálise em São Paulocomo a formação do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e a situação política do país na década de 1970/1980.

Sua pertinência a essa instituição lhe “dá um contorno como psicanalista”, mas sua marca característica é estar permanentemente aberta e atenta ao que acontece no mundo e na psicanálise, refletindo, escrevendo e filmando numa inesgotável e admirável capacidade de produção e criação.

Segue link para a postagem na íntegra

http://www2.uol.com.br/percurso/main/pcs40/40Entrevist.htm

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