terça-feira, 18 de setembro de 2018

Camocim



Vitrine Filmes disse:

 A cada quatro anos, o cotidiano calmo e tranquilo de Camocim de São Félix, pequena cidade do interior do Pernambuco, é chacoalhado. 

Durante a campanha municipal, a cidade se divide em duas, e todas as vidas parecem orbitar em torno da política. 

No meio deste mercado eleitoral, Mayara, 23 anos, tenta fazer uma campanha “limpa” para eleger seu candidato e amigo César. 



O título deste filme me chamou a atenção....então fiz uma busca, e vi que há outra cidade, no Ceará, com o mesmo nome

Duas cidades interessantes: Camocim-CE e Camocim de São Félix, em PE. 



Temeridade deve ser por certo a nosso querer parafrasear o ilustre romancista José de Alencar, quando em suas notas ao seu imortal romance “Iracema” nos explica o significado etimológico da palavra - Camocim.

Ao grande saber e vastas luzes do notável brasileiro deveram, contudo impor, concernente ao assunto, que nos ocupa neste momento, o que nos deve parecer, ou de fato é mais lógico e racional na interpretação do nome – Camocim, que ele a nosso ver, arbitrariamente faz-se derivar da frase indígena; - “Co ambyra anhotim”, como se lê nas referidas notas de sua Iracema, 7ª edição, pag. 209 – not. Pag. 47, onde assim disserta – Camocim – “Vaso onde se encerravam os indígenas os corpos dos mortos e que lhes serviam de túmulo; outros dizem Camotim e talvez com melhor ortografia; porque, se não me engano, o nome é corrupção da frase: - CO, buraco, AMBYRA, defunto e ANHOTIM, enterrar – Buraco para enterrar defunto, c’aan’otim. O nome dava-se também a qualquer pote.

Ora, a prevalecer tal etimologia, a consequência seria muitos outros lugares no Ceará deviam ser igualmente batizados por, - CAMOCIM-, pois em todas as tabas deviam se dar sepultamentos de indígenas pela forma por que costumavam fazê-los, colocando os cadáveres dentro de potes, ou vasos de barro para esse fim destinados.

Fazer frase – Co ambyra anhotim a palavra – Camocim é revelar uma faculdade de interpretação ou de cifração excedente a de muitos champollions reunidos. Por isso mesmo sempre nos pareceu erronia e inaceitável tal significado – Camocim -, sendo preferível deixá-la antes sem interpretação do que adotar uma tão abstrusa.

No entanto parece-nos que a verdadeira tradução da palavra – Camocim é a que passamos a expor:

Folheando-se o dicionário de Bouillet, 13ª edição, encontra-se a palavra – khamsin com a seguinte significação: - Vento abrasador do Egito que sopra no deserto; se o nome vem do Egípcio – K’namsin – cinquenta – porque esse vento sopra somente durante os cinquenta dias que precedem ao equinócio da primavera.

domingo, 9 de setembro de 2018

O documentário turco "Gatos" ou: Gatos sabem que não somos deuses



O documentário turco 'Gatos' traz uma reflexão curiosa. Um dos entrevistados diz que, enquanto os cães acham que os seres humanos são deuses; os gatos sabem que isso não é verdade. Para os felinos, as pessoas seriam meros intermediários entre o profano e o sagrado. Por isso, eles são mais independentes, prezando a liberdade de não ter um dono.
A rica observação é apenas um dos motivos para assistir à obra de Ceyda Torun. A diretora elege sete gatos, entre as centenas de milhares de Istambul que, sem proprietários, circulam e se relacionam com o seu entorno, constituindo autênticos personagens de uma metrópole pulsante, em que o porto, a especulação imobiliária e certo ar provinciano convivem.
O encanto do filme está na maneira como são articuladas as imagens dos gatos; se espreguiçando, caçando alimento, disputando espaço, ganhando carinhos; e os habitantes da cidade. Há depoimentos tocantes, como os que atribuem aos felinos a capacidade de indicar a presença de dinheiro ou ainda de curar tormentos da alma.
Os entrevistados são diversos origens: de um pragmático dono de restaurante a uma reflexiva artista plástica. Eles lançam sobre os gatos, cada um dentro de suas referências, distintos olhares. Falando em olhos, essa parte do corpo dos felinos é ressaltada no filme. Afinal, são eles que, sem adoração, nos lembram que não somos deuses, não é mesmo?
(*)Oscar D'Ambrosio é Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.



Continua na página do mitógrafo

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