domingo, 29 de julho de 2018

Os passageiro da terceira classe

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Cara spin curadora Márcia Denser,

Sobre cinema e ideologia, o que tenho em mente são lembranças torturantes de minhas viagens quando viajo de ônibus para alguma parte do Brasil. 

NADA A VER COM REJEIÇÃO AO VEÍCULO ÔNIBUS

Muto pelo contrário, sinto-me muito mais seguro no interior de um ônibus do que num veículo de passeio. 

O TIRA-PRAZER

No entanto há uma coisa que me tira o prazer: os filmes que são exibidos durante a viagem: jamais filmes nacionais ou, mesmo estrangeiro, que de alguma forma te transporte por seu conteúdo. Infalivelmente são filmes violentos: quanto mais sangue, melhor e, mais: as pessoas não notam que na viagem há crianças.

O QUE VI

Naquele momento notei o quanto a superestrutura(*) age para manter populações sem acesso a produções simbólicas que transportem o espírito: no máximo esses conteúdos para deleite dos sentidos primários: a porrada, a violência policial contra classes inferiores, o me engana do que eu gosto da "caça aos bandidos": onde estão mesmo os bandidos senão nos bastidores destas produções cinematográficas? 

PAROU PORQUE

Durante tais viagens me pergunto porque o campo progressista, no poder, não alterou esse esquema de lavagem cerebral: são milhões de pessoas que viajam diariamente e se informam durante o seu trajeto, às vezes de 24 horas: ou dias.....


.......não há uma quota de produção nacional, não há espaço  para educação política e de cidadania, um vídeo sobre direitos e deveres previstos na CF....

LULA: O CONTEÚDO NACIONAL NA ANCINE E A REAÇÃO VISCERAL DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO


.....naquele momento Gilberto Gil. ministro da Cultura do governo Lula, tentou alterar a legislação audiovisual, o que provocou visceral reação da rede Globo:...isso foi há un 10 anos atrás, quando euzinho ainda me informava pelo Jornal Nacional....

O PALHAÇO BUFÃO BABOU PELO CANTO DA BOCA DE TANTO ÓDIO

 ......lembro-me como se fosse hoje, do Arnaldo Jabor, palhaço bufão da corporocracia (1),  bradando pelos quatro cantos da boca e expelindo fogo pelo cu, pelos olhos e pela língua ao chamar Gil de e o governo 'STALINISTA" e bradando palavras de ORDEM como que saindo do túnel do tempo, de alguma catacumba da década de 50, ou seja, do mais bizarro discurso da Guerra Fria quando, na verdade, o temor da Globo, notei, não era perder sua liberdade de expressão e sim, ver este pais independente e pertence ao seu povo: isso a nossa elite do atraso nunca permitiu e jamais permitirá e, quem tentar, comerá o pão que o diabo amassou, que o diga Lula...

O BÁSICO

...,.... o governo Lula por fazer algo tão básico: valorizar a produção nacional. Não fosse a Globo, eu não seria torturado durante minhas viagens: de ônibus....

Autor:

José Carlos Lima


(1) Corporocracia ou corporatocracia, ou ainda "governo das grandes empresas", é a denominação de um governo presumível em que o poder seria transferido do Estado (ou seja, de exercido em nome do povo) para o controle por empresas privadas. (In: Wikpedia)

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Cinema & Ideologia, por Marcia Denser, no GGN

Até o final da década de 80 o traço mais marcante das literaturas sulamericanas era o cunho militante do escritor, levado com freqüência a participar da vida política e dos movimentos sociais, em boa parte porque as condições do meio o empurravam nesse sentido. 

Segundo Antonio Cândido , isso produzia duas conseqüências. A primeira é que a atividade intelectual se tornava um ato de participação, até de militância, na medida em que seria uma afirmação de cultura em meios pouco desenvolvidos culturalmente; de modo que a produção literária se tornava, duma perspectiva “ilustrada” que vinha de longe, contribuição para construir a nação. A segunda conseqüência é que o intelectual tendia a se politizar no sentido estrito, muito mais do que na Europa ou Estados Unidos, isto é, em países cuja sociedade e cultura estivessem sedimentadas há muito tempo. Um exemplo bem conhecido é a contribuição significativa do nosso “ensaiísmo”, tipo Casa Grande & Senzala de Gilberto Freire, para a formação do pensamento científico brasileiro. 

O panorama literário brasileiro ainda se considerava assim, em linhas gerais, há menos de trinta anos, mas não parece que isso aconteceu há séculos? O fato é que tais condições, estáveis durante meio-século, se transformaram vertiginosa e radicalmente, paralelas às transformações globais.  Com o colapso dos projetos nacional-desenvolvimentistas (e do socialismo real), provocados pelos saltos tecnológicos e de produtividade do capital, a partir de 1990 o estatuto e a função das literaturas em todo mundo começou a mudar. 

Tais transformações – impostas pela “lógica cultural do capitalismo tardio” – favoreceram o surgimento de escritores e críticos literários caracterizados por uma postura acrítica (o que em si é um absurdo!), conformista, mercantilista, colocando a criação a reboque do mercado e da voracidade midiática, cuja produção se realiza aquém de qualquer critério estético, fora do contexto político-social. 

E, assim, conforme foi dito dos seriados Mandrake e Filhos do Carnaval no texto Cinema & Ideologia, atualmente também se faz “literatura com claustrofobia”. Diante da institucionalização da violência econômica, dos signos da cultura de mercado impostos globalmente, povos, nações, continentes, culturas e artes entram em colapso, se homogeneízam, se descaracterizam, ignorando-se séculos de depuração e refinamento. 

Encarando realisticamente nossa vivência histórica: questões como a formação da literatura e cultura brasileiras, bem como a inserção destas nas especificidades das literaturas sul-americanas citadas acima, não se tornaram irrelevantes, tampouco anacrônicas, foram apenas interrompidas, suspensas, adiadas pelo presente intervalo 
de barbárie. 



Post scriptum:   

cho importante comentar isso:  ao buscar por uma imagem de passageiros no interior de um ônibus interestadual, assistindo a filmes americanos, simplesmente não achei sequer uma......e busquei com dezenas de opções de pesquisas, o que é no mínimo estranho, uma vez que, em tempos dessa praga chamada WhathsApp, em que as pessoas registram tudo, eu faço isso, não resta dúvida que milhões de pessoas registraram tais momentos: mostrando o povo dentro do ônibus assistindo a algum filme...

......facílimo clicar, as pessoas estão sentadas você lá, nem precisa pedir licença para o clique, uma vez que rostos não aparecerão, mas tão somente a região occipital dos passageiros....mas se alguém opte por mostrar o rosto, basta dizer:  vai ai no clique....de forma que fiquei bastante intrigado diante desta ausência de imagens, refiro aos ônibus interestaduais: imagens de pessoas no interior de ônibus urbano existem aos montes, mas não era este o tema do post né...


Adotei todas as opções de busca e nada....talvez tenha videos que registrem tais momentos, no Youtube....

Procurando por uma imagem para ilustrar minha narrativa, a nós se nos apresenta esta experiência de cinema durante a viagem....

Vamos à Inglaterra.... 



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empresa britânica Vintage Mobile Cinema lançou um serviço inovador  para amantes de cinema e do mundo do automobilismo: restaurou um ônibus antigo e decorou o interior do veículo como uma sala de cinema. É possível contratar o Movie Bus para eventos particulares, em que os passageiros assistem aos filmes de sua preferência em uma viagem exclusiva. 
O ônibus fazia parte de um grupo de sete veículos que o governo britânico desenvolveu para promover a indústria automobilística, na década de 60. Agora, o Movie Bus conta com 22 lugares e filmes exibidos em alta definição, com som surround Dolby 07:01. O objetivo é proporcionar uma experiência cinematográfica completa ao passageiro.
Além de eventos particulares, a Vintage Mobile Cinema também faz caravanas gratuitas com o Movie Bus, para incentivar a cultura. O projeto tem parceria com o museu de North Devon & Barnstaple e o Festival de North Devon. 

P.S.2 -  todas as 5a. feiras, às 20 horas,  participo de uma oficina com a escritora Márcia Denser, via Skype, sendo que ela verbalizou sobre a relação entre literatura e cinema, como o Império usa isso para manter cativos corações e mentes....ela deu 15 minutos para fazermos um texto....e como há tempos trago esse lance das viagens de ônibus, aproveitei a oportunidade para jogar para fora e tornar público o que sinto durante tais viagens.

P.S,3- odos os textos da oficina, na sequência da abordagem literatura vs cinema...agora me lembro que, na última aula, disse para a Márcia:

Márcia, na aula anterior eu falei que o filme O Nome da Rosa foi o que mais me tocou....depois me lembrei que não foi um filme e sim uma cena, que mais me chamou a atenção: o momento num filme sobre o cineasta americano David Lync relata que seu pai o excomungou.....a excomunhão ocorreu por um simples motivo: o cineasta, também artista plástico, tinha um porão onde ele guardava suas coisas: um espaço ao qual somente ele David tinha acesso....num belo dia David, feliz da vida, permitiu que o pai, fundamentalista cristão,  visitasse o porão dele David....o problema é que, quando David pensou ser elogiado, o pai teve uma reação visceral e disse o seguinte para David, naquele momento que foi o último encontro entre os dois: você tem pacto com o demônio...uma pessoa como você jamais pode por um filho no mundo....

P.S,4- Ixi, não posso esquecer que, na última aula, propus à curadora Márcia Denser elaborar um projeto para que eu possa me movimentar no mundo da escrita sem deixar de lado meu jeito, meus anseios...estou falando dos mensários, que são narrativas - ou não, pois posso ficar em branco -  a serem construidas no modo work in progress, no decorrer de um mês, claro, não o mês do calendário gregoriano e sim no calendário spin (http://spinsincronario.blogspot.com/2018/04/o-calendario-do-spin.html)...vou propor para a Márcia o seguinte: o meu tempo da narrativa já está rolando, e começou no último dia 26, aniversário de meu pai, que coincide também com o dia 1 de Marte....por falar nisso, hoje a noite vou ver Marte (http://spinanunciante.blogspot.com/2018/07/observacao-de-marte-da-lua-e-outros.html)....foram tantas as efemérides do dia 25 prá cá que fiquei até zoró...

Últimas correspondências do Spin

A Jornada Artística e o crescimento do apoio internacional pela libertação de Lula


Da ilusão do conhecimento



O mais duradouro eclipse do século ou: Como se fosse Eva Mitocondrial Vermelha: 


Dia 26 de julho último foi aniversário de meu pai: e dia de ano novo: o primeiro dia do mês de Marte



Dia 25 foi o dia fora do tempo



Link para a imagem que ilustra o post

http://odecorrerdaculturanoseculoxix.blogspot.com/2011/05/as-novas-correntes-esteticas-na-viragem.html

Continuidade na página do Spin PSIcineasta

http://spinpsicineasta.blogspot.com


Em tempo:

Isso também


A Cultura como Ideologia II

As duas realidades, por Marilena Chaui, via Márcia Denser

Um texto lido ontem a noite pela escritora Márcia Denser, como estou buscando reflexões sobre o que venha a ser realidade, esse texto chegou em boa hora...aliás, se há uma coisa que não se encontra no Youtube e no resto da rede,  é sobre a realidade: não há nada, exceto algumas coisas que não consegui engoli, da linha da auto-ajuda, mecânica quântica, nada contra, mas há limite né...

A Cultura como Ideologia II
II
Embasada num texto de Marilena Chauí (Le Monde Diplomatique/2008), esta segunda parte recua no tempo e trata dos fundamentos do conceito de “cultura”. Para o Iluminismo no século XVIII, a palavra “cultura” é sinônimo de “civilização”. Aqui cultura é o padrão que mede o grau de civilização de uma sociedade, um conjunto de práticas - artes, ciências, técnicas, ofícios - através das quais se pode avaliar e hierarquizar os regimes políticos segundo um critério evolutivo. Já no século XX, com a filosofia alemã, o conceito passa por uma transformação decisiva quando “cultura” se torna a diferença entre “natureza” e “história”.
A cultura é ruptura com a natureza. A ordem natural é regida pelas leis da causalidade e diz respeito à sobrevivência, à chamada Primeira Realidade (Bystrina), mas a ordem humana é ditada pelo universo simbólico ou semiosfera ou Segunda Realidade, e significa a capacidade humana de relacionar-se com o “ausente” e o “possível” através da linguagem e do trabalho. A dimensão humana da cultura é um movimento de transcendência para ultrapassar o tempo da existência (a morte) e o espaço (o ausente).



Portanto Cultura enquanto Segunda Realidade inaugura a História. A partir daí o conceito ganha uma extraordinária abrangência, pois a cultura passa a ser entendida como produção e criação de linguagem, religião, sexualidade, instrumentos e formas de trabalho, habitação, vestuário, culinária, música, dança, relações sociais, etc., enfim toda produção material humana ao longo do tempo.

A cultura é o campo onde a sociedade elabora símbolos, institui práticas e valores, define o possível e o impossível, o sentido da linha do tempo (presente, passado e futuro), as diferenças no interior do espaço (sentido de próximo e distante, grande e pequeno, visível e invisível), valores como falso e verdadeiro, belo e feio, justo e injusto, instaura a lei, logo permitido e proibido, determina o sentido da vida e da morte, e então sagrado e profano.

Contudo, a marca da sociedade é a existência da divisão social, da divisão de classes, e esta institui a divisão cultural, donde a idéia de “cultura dominante” e “cultura dominada”. Graças às análises da ideologia, o lugar da “cultura dominante” é bastante claro: é dali que se legitima o exercício da exploração econômica, da dominação política e da exclusão social. Mas essa dominação tende a ser ocultada, e é nesse sentido que opera a cultura de massa, pois:

a. Separa os bens culturais pelo valor de mercado: obras caras são consumidas pela elite e as baratas e bregas pela massa. Institui-se a divisão entre elite “culta” e massa “inculta”;
b. Inventa a figura do “espectador médio”, isto é, aquele que tem capacidades mentais médias, gostos médios, conhecimentos médios e a quem ela oferece produtos culturais médios. Que significa isso? A indústria cultural vende cultura. E para vender tem que seduzir o consumidor, NÃO pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, dar-lhe informações novas, mas SIM devolver-lhe, com novo modelito, tudo o que ele JÁ SABE, JÁ VIU, JÁ FEZ. A “média” é o senso comum petrificado que a cultura de massa devolve com cara de coisa nova.

c. Define cultura como lazer e entretenimento. Hanna Arendt apontou a transmutação da cultura sob os imperativos da comunicação de massa, isto é, a transformação do trabalho da cultura, das obras do pensamento e da arte, dos atos cívicos, esportivos, religiosos em entretenimento.

Do ponto de vista do processo criativo, cultura é trabalho e trabalho duro, algo muito distante de repouso e lazer. E massificar é o contrário de democratizar a cultura, é a negação da democratização da cultura.

O fato é que ocorreram profundas transformações na experiência do espaço e do tempo, decorrentes das novas tecnologias. A fragmentação e a globalização da produção econômica engendraram dois fenômenos contrários e simultâneos: a dispersão temporal e a compressão do espaço. Tudo se passa aqui, sem distâncias, nem fronteiras, e tudo se passa agora, sem passado nem futuro. Fragmentação e dispersão do espaço e do tempo condicionam sua reunificação sob um espaço indiferenciado, plano, de imagens fugazes, e um tempo efêmero, desprovido de profundidade.

A profundidade do tempo e seu poder diferenciador desaparecem sob o poder do instantâneo, assim como a profundidade de campo, que define o espaço da percepção, desaparece sob o poder do lugar nenhum tecnológico. A telepresença e a teleobservação impossibilitam diferenciar entre aparência e sentido, virtual e real. Ao perdermos a diferenciação temporal, cessa a profundidade do passado, bem como a profundidade do futuro como possibilidade para ultrapassar situações dadas, compreendê-las e transformar seu sentido – eis o que se convencionou chamar de “condição pós-moderna” (Lyotard), quer dizer, a existência social e cultural sob a economia de mercado.

Assim perdemos o sentido da cultura como ação histórica. Como funciona? Bom, algumas respostas dadas por estudantes em vestibulares de Música demonstram isso bem concretamente:

• Mozart morreu jovem. Sua maior obra é a trilha do filme “Amadeus”.
• Os maiores compositores do Romantismo são Chopin, Schubert e Tchaikovsky. No Brasil temos Roberto Carlos e Daniel.
• Muitos pesquisadores concordam que a Música Medieval foi escrita no passado.
• Bach está morto desde 1750 até os dias de hoje.
• Beethoven escreveu música mesmo surdo. Ficou surdo porque fez música muito alta. Faliu em 1827 e mais tarde morreu por causa disso.
• Joseph van Damme além da arte lírica, é adepto das artes marciais. Não assisti nenhum ópera mas tenho o DVD de três filmes dele.
• Os menestréis e trovadores transmitiam notícias e estavam nas festas. Andavam de cidade em cidade, de castelo em castelo e iam até nos shows de TV.
• Handel era meio alemão, meio italiano e meio inglês.
• Henry Purcell é um compositor muito conhecido, mas até hoje ninguém ouviu falar dele.
• Eu sei o que é sexteto, mas não sei dizer.
É isso aí. Uma cultura dominante, cuja exploração econômica, dominação política e exclusão social é aceita cotidianamente sem perguntas, se realiza plenamente tornando a todos – sobretudo os mais jovens - despolitizados, acríticos e burros. E gostando disso.
Enjoy it.

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(*)

O que é superestrutura


Enviado por Spin Ggnauta, codinome de José Carlos Lima, no GGN
Por Victor Bermudez Torres
Cómo armar una sociedad: infraestructura y superestructura.  
Según Marx, el pensamiento, las creencias, el arte, las leyes... la cultura toda es un producto histórico. Mejor dicho: es un producto del sistema económico y social de cada cultura y época concreta.

A esta teoría se le llama "materialismo histórico", pues supone que todo lo que produce históricamente el hombre está en función de la base material o económica.
Al sistema económico y social le llaman los marxistas "infraestructura". Esta infraestructura determina con qué fuerzas productivas cuenta una sociedad (con qué materias primas, tierras, fábricas, trabajadores, capital, etc.) y, sobre todo, cómo se relaciona la gente con estas fuerzas productivas (quiénes las poseen, quiénes se limitan a trabajar, cómo se organiza el trabajo...), es decir, cuáles son las clases sociales (propietarios, trabajadores...).

Todos los demás elementos que componen una sociedad (la política, las costumbres, la religión, etc.) dependen, según Marx, de la infraestructura económica y social, y tienen la importante función de legitimar y justificar dicha infraestructura. A estos elementos políticos e ideológicos (costumbres, creencias, ideas, etc.) se les denomina "superestructura".


La superestructura política (el sistema de gobierno, el derecho, la policía, etc.) tiene la función de dar cobertura institucional al orden social y económico, estableciendo las leyes apropiadas para que dicho orden se mantenga.

La superestructura ideológica comprende muchas cosas: la moral y las costumbres, los ritos y fiestas, la educación, el arte, las creencias religiosas, incluso la ciencia y la filosofía. Su misión es justificar y convencer a la gente de la validez y necesidad del orden social establecido, desactivando las ideas y conductas contrarias al mismo (ocultando, para ello, las contradicciones y tensiones inherentes a dicho sistema).

Veamos algunos ejemplos.

 
En la sociedad feudal, la infraestructuradeterminaba que la propiedad de las fuerzas productivas (que era, sobre todo, la tierra y los siervos) perteneciera a la nobleza y el alto clero. Las relaciones de producción eran claramente desiguales, de manera que unos pocos (los propietarios de la tierra) vivían del trabajo de otros (los campesinos), dándose así dos clases sociales bien diferenciadas.

En cuanto a la superestructura, la sociedad feudal se caracteriza por la filosofía y la religión cristiana, el arte medieval, la monarquía absoluta y muchos otros... Todos estos elementos servían para justificar y legitimar el modo de producción y el orden social feudalista. 
Así, la idea de un Dios único y todopoderoso que gobernaba el mundo servía para justificar la monarquía absoluta (en la que una única persona, el rey, gobernaba a todos). La monarquía imponía leyes que, a su vez, protegían e institucionalizaban la diferencia social entre señores y siervos y el modo de producción imperante. La ideología medieval servía, además, para desactivar las tensiones sociales y evitar rebeliones, inculcando la idea del origen divino de la estructura social y política, y la reparación de las injusticias en "otro mundo" (en el Reino de Dios).

En la sociedad capitalista (que es lo que más interesa a Marx), la propietaria de las fuerzas productivas es la burguesía, y las relaciones de producciónson  también de dominación y explotación de una clase(los proletarios) por la otra (la burguesía).

Los obreros, dueños tan solo de su fuerza de trabajo, la venden al burgués por una cantidad menor a la de los beneficios que se obtienen de ella (a la diferencia entre el salario y el beneficio que obtiene el burgués le llama Marx "plusvalía").

De otro lado, la ideologíaburguesa cumple la función de justificar el orden social capitalista y burgués. La filosofía de Hegel, por ejemplo, afirma que el Estado moderno es la "realización" política de la racionalidad, con lo que no cabe oponerse racionalmente a él (aunque en realidad ese Estado no hace, según Marx, sino representar los intereses económicos de la burguesía dominante). 
La mentalidad o ideología moderna alienta también la libertad individual y hace a cada individuo responsable de su situación económica, cuando en realidad esto es incierto, pues los obreros, en cuanto desposeídos de la propiedad de los medios productivos, carecen de casi toda posibilidad de liberarse de su situación.
Más aún, la cultura burguesa, con su arte amable y, diríamos hoy, con toda la inmensa industria del entretenimiento cultural, procura que los obreros permanezcan ajenos e inconscientes de su situación, generando la necesaria conformidad para que la "máquina" capitalista siga funcionando...



 



https://jornalggn.com.br/blog/spin-ggnauta/estrutura-e-superestrutura-nos-dias-atuais




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